Ria


Aprender é uma constante diária. Aprende-se de várias formas, ensinando, escutando, analisando e observando. Depois, questiono, o que fazer com os conhecimentos? Por vezes é fácil, divertido e muito confortável, mas há alturas em que sinto uma tristeza e um desconforto difícil de entender. 
O caráter das pessoas é determinante para que haja uma boa relação. Sem uma adequada relação não é possível construir um bom ambiente de trabalho. Depois é o costume, desorganização, enfado, antipatia e modos estuporados, tudo fruto do mau caráter e de uma rotina sem ordem e mais do que obsoleta. É difícil trabalhar em certos ambientes. Quando a grosseria impera morre a tentação da criatividade e levanta questões quanto ao futuro de uma comunidade. Estranha sina a minha quando sou cercado e envolvido por gente que se projeta em círculos de indiferença, secura de emoções e agressividade boçal ou silenciosa. Ar poluído pela falta de gentileza, quente com a grosseria da ignorância, escuro em abundância e mal cheiroso com os odores permanentes de bacalhau. Resta-me o encanto dos azuis, do mar e do céu, embalados por belas nuvens prenhes de esperança. O odor suave e penetrante das águas, que brincam como se fossem crianças, limpa qualquer incómodo, tristeza, dor, rudeza, indiferença ou a mais desagradável grosseria. Olho e penetro no seu silêncio à procura do mar ali tão perto. Seria tão bom fugir aproveitando o sensual convite da bela ria. Não posso. Arrasto para longe o desconforto de mais um dia.

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