"Pulguita"...
A semana não foi simpática. Um pouco dura para quem quer viver em paz. Não é fácil viver e muito menos sonhar. Quase impossível. Salvam-se alguns momentos de silêncio ou de reflexão. Momentos que não sendo doces sempre vão dando algum alento e esperança até surgir a fúria do tempo. Momento? Sim. O momento é o filho perdido do tempo. Cansado de peregrinar no céu do tormento e nas águas do lamento, surge sem avisar como a querer adormecer no meio da mais estranha fantasia, a humana alegria que, subitamente, cai de podre da árvore do encantamento. Tudo acontece sem previsão, ou talvez não. Mais vale acreditar numa efémera ilusão do que na realidade fria e crua de quem não sabe o valor de uma oração. Tudo gira sem explicação. Tudo morre como resposta à mais singela inspiração. Tudo finge sem se preocupar com a razão. Não interessa viver. O que importa é esquecer e mergulhar no meio da mais singela emoção. Só as coisas simples são capazes de ajudar a viver e ultrapassar por breves instant