Através da janela que dá para a varanda, à minha frente, reparo que aparecem pássaros, pardais e melros, com uma frequência pouco comum. Veem-me e eu vejo-os. Levanto-me, espreito, e eles não se assustam. Saltam em direção ao beiral, novo em folha, e, num exercício de ginasta de circo, mantêm-se a bater as asas sem sair do sítio até que se enfiam debaixo das telhas. Hum! Fizeram casa. Mas não é só um casal. O apartamento ao lado também foi tomado. E no beiral de cima nem se fala. Parecem mesmo uns "okupas". Antes de entrarem nas suas "residências" poisam, durante um bom bocado de tempo, na grade da varanda em frente da janela e espreitam com um olhar de admiração para mim, talvez pensando o mesmo que eu, quem é aquele indivíduo, atrevido, a querer importunar-nos na nossa casinha. A "pardalita", é capaz de ser mesmo "uma", junta-se ao pardal, gordo, robusto, a querer demonstrar que está bem na vida. Pelo aspeto deve ter mesmo u...
"- Olhai para todas vós. Discutis como mulheres livres – sem sequer sonharem que a liberdade está na base das vossas opções. E se fôsseis escravas?"