Imaginação
Os miúdos quando chegam a determinadas idades gostam de se transformar em super-heróis, talvez por se aperceberem da pobreza e limitação da realidade. Agora, graças às novas tecnologias, iniciam-se mais cedo nesta arte de transformação. Inicio esta reflexão em consequência de um pequeno relato que ouvi ao chegar a casa. Um miúdo, que deve ter cinco anos de vida, gosta de acariciar as pernas da minha filha do meio sempre que vai ao colégio buscar a neta. Surpreendida por este comportamento repetitivo, acabou por o interpelar perguntando as razões daquele ritual. O miúdo explicou-lhe que gostava das meias, que são habitualmente garridas, coloridas ao cubo, com desenhos capazes de chamar a atenção dos mais novos aos mais velhos. Mas, ao mesmo tempo que lhe ia dando as explicações, contra-atacou dizendo-lhe: - Sabes que eu tenho muitos poderes? - Poderes? - Sim, muitos, eu sou um super-herói. Estás a ver? Eu não preciso de me vestir de super-herói, imagino que estou vestido. Eu consig