Mulher de vermelho
Vou a correr, não posso atrasar-me. Uma figura de vermelho saltou do lado esquerdo. Parei. Tratava-se de um cartão recortado em forma de mulher preso a um poste. Fiquei curioso. Tinha uns dizeres. Li-os. Tratava-se de uma iniciativa relativamente ao “Dia internacional para a eliminação da violência contra as mulheres”. Passei a ter tempo, deixei de ter pressa. O cartaz dizia o seguinte: “Foi espancada durante 12 anos... Entre as sequelas com que ficou, conta-se a parcial deficiência de uma das mãos. A sua relação com o marido, quando começaram a viver juntos era normal: “Ele era atencioso, moderado, não imaginava o que se iria passar mais tarde...” Considerei a denúncia forte e impressionante. Por isso pus-me a refletir sobre o assunto enquanto via passar as pessoas. Duas senhoras, que iam a atravessar a estrada, embicaram diretamente para a figura de vermelho. Começaram a ler mas puseram-se logo a andar. Que raio! Porque é que não leram a pequena história? Continuei parado jun