"Perfect"...
Acabo de almoçar. O tempo fusco, cinzento, húmido e morno não me convida a sentar em bancos de pedra para olhar e falar com doces e encantadoras flores. Procuro um refúgio para o corpo e para a alma. É tão bom encontrar um espaço que pode ser só meu ainda que por breves instantes. É o que me tem acontecido ao longo dos tempos. Quando saio dos meus domínios acabo, frequentemente, por tropeçar em belos sítios, tão belos, frescos e tranquilos que não deixam de me surpreender. Estou numa zona feia, triste, suja e velha, o tempo não ajuda, porque quando faz sol tudo o que é feio, triste, sujo e velho transforma-se numa surpresa capaz de embelezar o mundo e as pessoas. Hoje não. Haverá por aqui algum templo, não importa de que religião, apenas um templo onde possa sentar-me, escrever e sentir-me protegido, seja por santos ou deuses, menores ou maiores, visíveis ou invisíveis, não importa. O que interessa é entrar num qualquer espaço onde ninguém possa importunar-me. É a única coisa