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As sete irmãs

(Para os mais pequenos...) Naquela manhã as sete gotinhas irmãs andavam a passear à superfície do mar, todas felizes, mas foi por pouco tempo, o sol lembrou-se de as aquecer; sentiram-se muito leves e começaram a flutuar e a subir para o céu. Gritavam cheias de alegria com o espetáculo, nunca tinham visto nada semelhante, um mar imenso, lindo, tranquilo, de um azul brilhante. Foi a primeira vez que viram este espetáculo, não sabiam que a sua casa era tão grande e tão bela. Foi então que ouviram a voz do vento. - Querem dar uma volta? Querem ver coisas novas? - Sim! Gritaram ao mesmo tempo as manas gotinhas. - Segurem-se bem. Dito isto começou a soprar com muita força e as gotas assustaram-se. À medida que iam voando verificaram que muitas outras gotas subiam apressadamente entupindo o céu. O mar, azul brilhante e tranquilo, começou a ficar inquieto, a mexer-se muito e a ficar escuro, quase negro. Assustaram-se. Sentiam o calor do sol nas costas mas em baixo o escuro era visível e

Cristãos queimam muçulmano vivo em represália por ataque em igreja

Cristãos queimam muçulmano vivo em represália por ataque em igreja Mais um exemplo do fundamentalismo religioso! Esquecem-se de que uma vida vale mais do que qualquer religião.

Jogo

Em pequeno, de vez em quando, o meu avô entregava-me um envelope com dinheiro para ir à casa do Sr. V. pagar a renda do edifício. Não era muito longe e sentia que me era confiada uma grande responsabilidade. Fazia o que me mandava. Batia à porta, subia a longa escadaria e cumprimentava as senhoras muito educadamente, as quais se metiam comigo, dando-me bolachas, um precioso pedaço de bolo ou uma fatia de pão barrada com uma espessa e muito saborosa marmelada. Ao fim de algum tempo, o carrancudo e antipático senhorio, sem um sorriso e sem duas palavras, entregava-me o recibo e emitia um grunhido, toma, e eu abalava pelas escadas abaixo o mais rapidamente possível. Que besta! Numa altura, estava a receber novamente o envelope para entregar ao senhor, desabafei com o meu avô, dizendo-lhe que o senhor era muito antipático e por isso preferia não ir. Ele riu-se e confirmou que também não gostava nada de o ver ou de o ouvir, porque tinha feito uma coisa muito feia. O que é que ele fez? Tu

Boa sorte D.

As crianças para entrarem no mundo dos adultos percorrem em primeiro o mundo da fantasia, não sei se para amenizar a frustração do futuro ou se para aprender valores e princípios. O que eu sei é que adoram histórias de príncipes, de princesas, de bruxas más, de fadas, de animais que falam e que são capazes de peripécias e aventuras das mais mirabolantes, mas têm que respeitar uma regra de ouro, terminar sempre bem, do género “casaram e foram felizes para sempre”, em Espanha é um pouco diferente, são mais pragmáticos, "foram felizes e comeram perdizes”. A vida está muito longe da fantasia, o tempo encarrega-se de o demonstrar. O rapaz, africano, apareceu na rua, magro, pequeno, demonstrava dificuldades na marcha. Ao fim de algum tempo já sabíamos onde morava, num anexo de uma mansão. Quem era? Um jovem que em criança tinha sido trazido de Luanda, vítima de uma mina, como tantas outras que em Angola foram objeto de uma prática ignóbil. Ficou sem as duas pernas. Foi um colega,

"Genocídio moral"!

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Estou perfeitamente convicto que as diferentes formas de intolerância têm como objetivo justificar a identidade de um povo, de uma comunidade, de uma crença ou de uma ideologia. Ao encontrar "defeitos" nos outros torna-se mais fácil convencerem-se da sua superioridade moral. Talvez seja essa a razão dos grupos conservadores russos que têm vindo a fazer uma guerra contra a homossexualidade. A recente ida de Madonna à Rússia desencadeou uma onda de protestos devido à atitude "provocatória" da cantora norte-americana. O mal-estar russo, que tem o máximo de representatividade numa espécie de "polícia dos bons costumes", não se ficou pelo show da artista, até produtos publicitários, caso de produtos lácteos, em que nas embalagens surge um arco-íris atrás da figura de um homem, estão a ser objeto de manifestações na medida em que as cores do arco-íris se identificam com a bandeira "gay". A loucura tem destas coisas, e, por este andar, até as histór

"Aquela velha Tileira"

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O tempo cinzento afastou-me de casa e tive de procurar um destino. Esbarrei numa centenária tileira e num belo poema. Folhas amareladas prenunciavam o destino da bela árvore. Hoje via-a, das outras não! Como foi possível não a ter visto como hoje? Nunca paramos o tempo suficiente para ver uma maravilha mesmo que seja deste tamanho. Vou voltar para a ver, nua e quando se vestir novamente, fresca, largando o perfume que mais aprecio atiçado pelo calor da noite.   (...) Aquela velha Tileira Que em chegando o Outono, Se despe ingenuamente E fica nua, fica triste, Dando o corpo ao seu dono. A sua bela folhagem, Tudo que tem de melhor, Que seria até vaidade. E continua despida Quando o inverno aparece, Resistindo à investida Dum tempo que não merece, Mas logo que o tempo passe E a Primavera aproxima, Sua carícia de sol, Ela, a nobre Tileira, Farta de estar inativa, Dá de vez sua primeira Sensação de reanimar. Qu

Poluição, ciência e ética

Quando é que o homem se terá apercebido da existência da poluição? Talvez quando olhou para o fogo e sentiu os seus efeitos, muito antes de a nossa espécie ter aparecido. Quem sabe se a sua domesticação não terá sido determinante para o nosso aparecimento, evolução e atuais características que nos distinguem dos outros animais e homínineos? Aquilo que hoje nos preocupa, e muito, a poluição, poderá ter sido no início um dos fatores de evolução da espécie humana, do crescimento demográfico, da colonização planetária e mãe de todas as culturas. Esta breve reflexão tem como objetivo não só fazer um enquadramento do problema mas mostrar a outra face da mesma moeda e saber como conjugar as duas, sem cairmos no relativismo da importância de cada uma delas, nessa forma tão tradicional de vermos os problemas, simples, sem dúvida, mas ineficaz, que é a visão dicotómica do mundo que nos cerca. O homem trouxe o fogo para dentro de casa, os alimentos tornaram-se mais digestíveis, o conforto mais a