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Ruído e diabetes



A saúde e a doença são duas faces da mesma moeda, nunca andam separadas e nem podem. Querer conhecer as razões que nos levam à doença, ao sofrimento e à morte é um mero imperativo da consciência e inteligência humana. Desde que fez a primeira pergunta, - qual terá sido? “por que é que estou aqui”, ou terá dito, “chiça, aleijei-me, não quero cair noutra" – que nunca mais deixou de questionar, e ainda bem.
Acontece que muitas doenças têm causas evidentes, ditas maiores, às quais são atribuídas uma responsabilidade quase total. No entanto, as coisas não são bem assim, há fatores que, aparentemente, não têm relação direta mas que podem contribuir para o aparecimento das maleitas. Veja-se o caso da diabetes, todo o discurso causal e preventivo é sempre feito à volta da mesma tríade, hereditariedade, maus hábitos alimentares e falta de exercício. Acontece que, por vezes, surgem outros elementos, não tão gritantes como aqueles três da vigairada, mas com algum papel de relevo. É o caso do ruído. As cidades são ruidosas, quer de dia quer de noite, há profissões mais sujeitas ao ruído do que outras e todos nós somos capazes de associar o ruído à perda de audição, à irritabilidade e ao cansaço, mas também pode  contribuir para o desencadear da diabetes.
Um estudo realizado na Dinamarca, envolvendo dezenas de milhar de pessoas durante um decénio, demonstrou que um acréscimo em média de dez decibéis, provocado pelo tráfico rodoviário, aumentava o risco de diabetes, tomando em linha de conta a zona da residência, depois de terem ajustado um conjunto de muitos fatores que poderiam enviesar o estudo. Ou seja, a redução do ruído urbano pode melhorar consideravelmente a saúde da população e diminuir o risco de diabetes.
Atrevo-me a dizer que no meu caso já não aquenta nem arrefenta, mas que na minha rua há por vezes ruído a mais por causa do tráfico lá isso há, e, então, à noite, nem digo o que ouço, por vezes aparecem por lá uns "sacaninhas" que se lembram de a transformar numa pista.
Proteja-se do ruído, os seus ouvidos agradecem, o seu cérebro também e sempre pode correr menos riscos de vir a sofrer de diabetes! 
Um conselho doce que não faz mal a ninguém...

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