A sensação de frio leva-me a pensar nos que sofrem um outro tipo de frio, são as almas doentes e esfarrapadas que fogem da vida tristes e desesperadas.
As notícias atingem-me como punhais. É raro o dia que tal não aconteça. São tantas que até parecem fazer parte de um exército empurrado pelas mãos de Deus para o regaço quente do Diabo.
O que leva uma mãe a matar o seu filho e depois a suicidar-se? Pode estar doente e pode sentir-se desesperada por viver num mundo em que a selvajaria humana impera sob capas coloridas de hipocrisia e a solidariedade não é mais do que uma construção momentânea que tranquiliza sobretudo as mentes de muitos que se arvoram em fiéis de princípios, religiões e doutrinas ditas humaníssimas. E agora? Durante alguns dias haverá sempre alguém que comentará o sucedido. É o que estou a fazer neste momento, lamentando tamanha tragédia. Uma notícia dura três dias, sendo sucedida por outra tão violenta e chocante com esta. São tantas, demasiadas, a ponto de saturar os meus pobres recetores da sensibilidade. Parece que nos habituamos, e, como temos a sensação de que amanhã vai voltar a acontecer coisas parecidas, o melhor será fingir que é normal. Emerge um pensamento, um lamento, um comentário e a estranha sensação de um eterno vazio criado e alimentado pela espécie humana. Uma espécie que nunca se cansa de dizer que é a melhor de todas, e que tudo o que a cerca é para si, a dádiva de um criador que se esquece de nós e que não se aborrece com as tragédias de alguns dos seus filhos. Entrementes, outros desculpam-no, porque a natureza humana é mesmo assim. Dizem com uma convicção provocadora. Somos dotados do livre arbítrio. Logo, o próprio Deus não quer, ou não pode, mexer, sobretudo, naqueles que procuram na morte a tranquilidade da vida. Uma bela construção para justificar a omissão de Deus!
Cada vez que ocorre um caso desta natureza é, para mim, a explosão de mais uma prova, inequívoca, do insucesso a que estão votados os seres humanos. Receio também o sofrimento de muitos ao lerem a notícia. Há quem se identifique com o desespero que motivou tamanha tragédia. Presumo que inúmeras lembranças deverão dançar nos seus espíritos inquietos.
Fiquei com um sabor amargo a bailar na língua silenciosa. Li novamente a notícia e continuei a trabalhar com um espinho cravado na alma. Graças a pequenas e grandes histórias decorrentes das conversas havidas durante a tarde consegui esquecer uma dor e substituí-la por outras, também espinhosas, mas, felizmente, vivas.
As notícias atingem-me como punhais. É raro o dia que tal não aconteça. São tantas que até parecem fazer parte de um exército empurrado pelas mãos de Deus para o regaço quente do Diabo.
O que leva uma mãe a matar o seu filho e depois a suicidar-se? Pode estar doente e pode sentir-se desesperada por viver num mundo em que a selvajaria humana impera sob capas coloridas de hipocrisia e a solidariedade não é mais do que uma construção momentânea que tranquiliza sobretudo as mentes de muitos que se arvoram em fiéis de princípios, religiões e doutrinas ditas humaníssimas. E agora? Durante alguns dias haverá sempre alguém que comentará o sucedido. É o que estou a fazer neste momento, lamentando tamanha tragédia. Uma notícia dura três dias, sendo sucedida por outra tão violenta e chocante com esta. São tantas, demasiadas, a ponto de saturar os meus pobres recetores da sensibilidade. Parece que nos habituamos, e, como temos a sensação de que amanhã vai voltar a acontecer coisas parecidas, o melhor será fingir que é normal. Emerge um pensamento, um lamento, um comentário e a estranha sensação de um eterno vazio criado e alimentado pela espécie humana. Uma espécie que nunca se cansa de dizer que é a melhor de todas, e que tudo o que a cerca é para si, a dádiva de um criador que se esquece de nós e que não se aborrece com as tragédias de alguns dos seus filhos. Entrementes, outros desculpam-no, porque a natureza humana é mesmo assim. Dizem com uma convicção provocadora. Somos dotados do livre arbítrio. Logo, o próprio Deus não quer, ou não pode, mexer, sobretudo, naqueles que procuram na morte a tranquilidade da vida. Uma bela construção para justificar a omissão de Deus!
Cada vez que ocorre um caso desta natureza é, para mim, a explosão de mais uma prova, inequívoca, do insucesso a que estão votados os seres humanos. Receio também o sofrimento de muitos ao lerem a notícia. Há quem se identifique com o desespero que motivou tamanha tragédia. Presumo que inúmeras lembranças deverão dançar nos seus espíritos inquietos.
Fiquei com um sabor amargo a bailar na língua silenciosa. Li novamente a notícia e continuei a trabalhar com um espinho cravado na alma. Graças a pequenas e grandes histórias decorrentes das conversas havidas durante a tarde consegui esquecer uma dor e substituí-la por outras, também espinhosas, mas, felizmente, vivas.
Comentários
Enviar um comentário