Não sei. Não sei se há algum ser que me empurra para certos locais. Não sei. Só sei que mudo mais facilmente que o vento. Só sei que cheiro no momento o local para onde ir. Não sei como acontece. Só sei que me deixo levar pelo calor, pela brisa, pelo som, pela lembrança, pelo desejo ou pela vontade do mundo embriagado à espera de ser adorado. Não sei. Só sei que nos cruzamentos, haja ou não alminhas, deixo-me irá atrás do nada, como se a inspiração fosse um enorme vento desejoso de enfunar as minhas velas do saber e do prazer. Assim foi. Assim tem sido. Encontro paraísos cheios de obras de encantar e de desafiar. Encontro espaços. Encontro tempos. Encontro saudades. Encontro o que quero encontrar mesmo sem saber a razão. Depois tento fazer a digestão. Difícil? Não! Rica em sensações e desejosa de mais emoções, alimenta-me com lembranças, imagens, sons, afetos escondidos, tragédias e amores, tudo metido sem qualquer ordem em cestos de arte e em poços de vidas. Encho-me sem pensar, i