Silêncio cinzento


Sinto saudades de escrever sobre o que não sinto. Gostava de escrever sobre o calor, o odor e a dor da cor. Escolher uma e espalhá-la numa superfície branca. Depois, num silêncio cinzento, poder  vê-la a escorrer lentamente, acariciando-a como se os meus dedos fossem pincéis capazes de desenhar frases de um futuro sem sentido. Ver as palavras a nascer, como se fosse o sexto dia da criação, cria a mais estranha ilusão, a transformação num deus sem paixão.

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