Aprecio gente desconhecida, sem nome, sem terra, sem raízes, sem destino, sem deus, sem esperança, apenas escorraçados pela vida. São os "esquecidos da vida", mas são eles que dão significado e algum colorido ao triste sonhar e alegre pensar. Andei pelo sul, bati ruelas e pracetas, entrei em museus e templos, e comprei livros, alguns tão desconhecidos como a gente desconhecida de quem falam. Foi assim que soube quem era José Duro, um poeta, um enjeitado nascido em 1875. Não aceitou mais tarde o apelido da mãe, quando o legitimou. Adotou "Duro", talvez por antever o que a vida lhe prometia, talvez por ser o apelido do pai, não interessa, o que importa é que a vida foi dura e ladra retirando-lhe o folegar aos vinte e três anos através do bacilo com que a morte ceifava a existência de muitos nos tempos de então. Embrenhei-me na descrição do moço que soube expressar a dor e os seus sentimentos como ninguém. Um poeta que merece a primazia no reino da poesia. Alguns já