Celebro no silêncio a descida às profundezas de uma noite vazia e sem cheiro. Ouço no corredor o pêndulo do velho relógio. Oscila sem se importar comigo e com o tempo medido. Estranha combinação, o som de um pêndulo e o silêncio vestido de negro de uma noite vazia e sem cheiro.
Tenho que fugir à rotina. A que me persegue corrói-me a alma e destrói a vontade de saborear o sol e de me apaixonar pela noite. Tenho que fugir à vontade de partilhar o que sinto. Não serve para grande coisa, a não ser para avivar as feridas. Tenho que fugir à vontade de contar o que desejava. Não quero incomodar ninguém. Tenho que fugir de mim próprio. Dói ter que viver com o que escrevo.
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