A miniatura e o vinho
O encanto de viajar ao longo do rio obrigou-me a fazer pazes com a natureza. Não é que me tenha zangado com ela, mas, o facto de representar a prisão de um mundo sem grande interesse, irrita-me de vez em quando. Sentir a beleza a entrar pelos poros e ouvir com a pele o veludo do verde e a sensualidade da água tranquila, esquecido dos olhos perdidos no horizonte que constantemente mudava de formas, estimulou-me o apetite para continuar a viajar sempre à procura de novas paisagens. As naturais sobrepunham-se umas às outras, agora faltavam as humanas, com as suas grandezas, misérias, tristezas e criatividade sem limites. Não conhecia a povoação. Pobre, pequena e esquecida. Quem diria que algo semelhante fosse polo de uma viajem dedicada ao mundo perdido. Depois de uma pequena volta pela localidade, onde o passado reluzia como se fosse senhora do tempo, reparei na existência de um pequeno museu onde decorria uma exposição. Fascinado pela expectativa de poder encontrar algo que satisfizes