Entrou no gabinete com determinação, denotando alguma expectativa, sem conseguir esconder um ar inquiridor misturado com uma beleza natural e uma tonicidade física de pessoa saudável. Após as formalidades habituais, indispensáveis a uma relação equilibrada, perguntei-lhe em que é que ia trabalhar, respondeu-me, vender aço. Vender aço? Sim. É o primeiro emprego? Não! Sou arqueóloga. Arqueóloga? Foi o suficiente para adiar o exame e passei ao ataque, perguntando-lhe onde é que tinha trabalhado. Confessou-me que trabalhou durante sete anos em muitos sítios e passou a descrevê-los. Como sou um curioso empedernido ia-lhe dando lastro, vendo perfeitamente que a menina estava a gostar do meu interrogatório. Perguntei-lhe quais as descobertas que fez, quais as que lhe deram mais satisfação, o que originou ondas de respostas adequadas para fazer surf na ciência arqueológica. Falar a alguém daquilo que sabe e de que gosta é a melhor oferta que se pode fazer. Admirada com o meu comportamento, per...
"- Olhai para todas vós. Discutis como mulheres livres – sem sequer sonharem que a liberdade está na base das vossas opções. E se fôsseis escravas?"