Não há nada como deixar de ter certas esperanças, mesmo as mais sedutoras, sejam elas institucionais, convencionais ou impostas pela sociedade. É um alívio do caraças. Andar toda a vida a lutar por uma carreira, apaixonado por uma profissão e eternamente iludido por recompensas provoca dor, sofrimento, angústia, tristeza, frustração, chegando mesmo a ser letal. Um alívio quando se descobre que não vale a pena ser-se ambicioso ou querer conquistar honrarias ou distinções. Nada melhor do que encontrar refúgio em doces espaços onde possamos ser nós próprios, onde se consiga beber alguma tranquilidade e saborear o alívio para as dores da alma. Tenho encontrado alguns espaços, físicos e temporais, milagrosos e sedutores, belos e solitários, ricos em inspiração e pobres em arrogância. Pequenos espaços, doces, tranquilos, suaves e reconfortantes. Uma delícia que me leva a procurar as teclas e martirizá-las dando forma e sentido às palavras emergentes, esperando que do refugado saia...
"- Olhai para todas vós. Discutis como mulheres livres – sem sequer sonharem que a liberdade está na base das vossas opções. E se fôsseis escravas?"