A sensação de frio leva-me a pensar nos que sofrem um outro tipo de frio, são as almas doentes e esfarrapadas que fogem da vida tristes e desesperadas. As notícias atingem-me como punhais. É raro o dia que tal não aconteça. São tantas que até parecem fazer parte de um exército empurrado pelas mãos de Deus para o regaço quente do Diabo. O que leva uma mãe a matar o seu filho e depois a suicidar-se? Pode estar doente e pode sentir-se desesperada por viver num mundo em que a selvajaria humana impera sob capas coloridas de hipocrisia e a solidariedade não é mais do que uma construção momentânea que tranquiliza sobretudo as mentes de muitos que se arvoram em fiéis de princípios, religiões e doutrinas ditas humaníssimas. E agora? Durante alguns dias haverá sempre alguém que comentará o sucedido. É o que estou a fazer neste momento, lamentando tamanha tragédia. Uma notícia dura três dias, sendo sucedida por outra tão violenta e chocante com esta. São tantas, demasiadas, a ponto de saturar o
"- Olhai para todas vós. Discutis como mulheres livres – sem sequer sonharem que a liberdade está na base das vossas opções. E se fôsseis escravas?"