"Apetece-me"...

Apetece-me escrever. Não me faltam motivos. Leio as notícias e fico incomodado. Não sei para quê. São sempre as mesmas coisas. A natureza humana desfruta a seu bel prazer a idiotice, a ganância, a sovinice, a trafulhice, embrulhados no mais poderoso dos desejos, o poder. Poder de mandar, poder de ter, poder de ofender, poder de humilhar, poder de escravizar, poder nas suas mais diversas versões obscenas. Uma espiral que nunca irá ter fim. No meio de tanta miséria e degradação surgem sempre alguns momentos e situações que são confortáveis. O amor, a solidariedade, a humildade, a honestidade e o prazer de confortar e ajudar o próximo são lindos, mas não passam de belos cometas que se passeiam pelo longínquo universo onde aparentemente se aloja o segredo da vida. Um encanto, uma miragem, uma utopia, saber que podemos encontrar as promessas de fantasia que um dia foram povoadas em pequenos cérebros convictos de que a vida seria a beleza prometida em cantos e contos de fantasia. Pouco mais resta a não ser a pureza da mais estranha e solitária poesia.

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