O dia foi longo. Trabalhei como é meu dever e obrigação. O tempo faz sentir que a ilusão da vida é uma realidade, pesada e fatigante. Fiz de conta que não me apercebi de tal coisa. Fingi. Começa a ser costume. Fingir não faz mal, sobretudo quando consigo trabalhar e respirar com denodo e amor. Afasto tudo, as más ideias, as frustrações, as raivas, os pesares e as misérias da vida. Ouvi histórias, desbravei rostos, penetrei, com delicadeza, em almas desejosas de serem compreendidas e amadas, fiz o que mais me agrada, dançar e respeitar seres desesperados e ávidos de franqueza. Apreciam imenso o cantar desconhecido de um ser que os respeita, que sabe ouvir, que gosta de dar, nem que seja por uns breves segundos, um sorriso simples e natural, porque o melhor da vida é abarcar o seu semelhante, desconhecido, alvoraçado num mundo perdido. Um breve momento que consegue dar sentido ao que mais nos perturba e inquieta, a razão de ser da vida. Amo particularmente estes momentos, distantes de to
"- Olhai para todas vós. Discutis como mulheres livres – sem sequer sonharem que a liberdade está na base das vossas opções. E se fôsseis escravas?"