Chove num domingo de outono.
Sentado, os meus pensamentos sem dono perdem-se no silêncio da minha sala. Olho
para o vazio das janelas e sinto uma espécie de frio embrulhado em nuvens
escuras a querer ir atrás da chuva que cai sem saber qual o seu destino. Corre na
calçada. A chuva não olha para mais nada a não ser a vontade de morrer nos
braços de uma ribeira esquecida.
Tenho que confessar, não consigo deixar de pensar nos jovens aprisionados na caverna tailandesa. Estou permanentemente à procura de notícias e evolução dos acontecimentos. Tantas pessoas preocupadas com os jovens. Uma perfeita manifestação de humanidade. O envolvimento e a necessidade de ajudar os nossos semelhantes, independentemente de tudo, constitui a única e gratificante medida da nossa condição humana. Estas atitudes, e exemplos, são uma garantia que me obriga a acreditar na minha espécie. Eu preciso de acreditar. Não invoco Deus por motivos óbvios. Invoco e imploro que os representantes da minha espécie façam o que tenham a fazer para honrar e dignificar a nossa condição. Salvem todos, porque ao salvá-los também ajudam a salvar cada um de nós.
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