Manhãs de lazer

As manhãs de lazer deviam servir para muita coisa. Sentado, sem querer fazer nada, a não ser observar e escutar o que à minha volta se vai desenrolando, vou sentindo o efeito do tempo. Pequenos gestos, atributos de ocasião, conversas esvaziadas de sentido, fácies a transportar velhas emoções e olhares esquecidos na profundidade das recordações, orbitam em redor de um tempo cheio de malícia que vai corroendo os corpos e apagando as mentes. Uma manhã de lazer serve para muita coisa, sentir o pulsar da vida, dos sentimentos, de almas vazias e de um tempo sem pudor, desejoso em provocar dor.
Uma manhã de lazer afinal serve para pouca coisa, olhar para o passado e ignorar o futuro, já que o presente não passa de um breve momento sem sentido.

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