Viagem

Surpreende-me o sentido das viagens. São formas de viver o que não somos, talvez sejam imagens fantasiosas do que deveríamos ser. A mente, deserta, espreguiça-se na languidez temporária de discursos que fogem ao trivial, ao dia-a-dia, às coisas que são o habitual, o gastar do tempo da vida. Uma mera ilusão. No fundo, sinto o clamor do banal, aquilo de que é feita verdadeiramente a vida, uma sequência contínua de pequenos dramas, magras alegrias, esperanças vazias e esquecimentos dos tormentos que o futuro, desdentado, sem alma, e sem tolerância, sabe ou deseja oferecer.
As viagens, sejam curtas ou não, ajudam-me a compreender, de longe, o significado do regresso, voltar a uma forma de ser e de estar que acaba por cansar.

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