Não sou ministro. Também não tenho pretensões a tal, e mesmo que por uma causalidade qualquer, ditada por um destino embriagado, nunca aceitaria tal distinção. Há gente muito mais qualificada do que eu, e ainda bem. Não há nada melhor do que reconhecer as suas insuficiências e limitações. Também há quem diga que nunca devemos dizer, “que desta água não beberei”. Pois, mas eu prefiro, apesar de tudo, beber uma boa bebida temperada pelo espírito do álcool fermentado numa boa e sensual pipa de vinho. É muito mais saudável.
Esta curta e efémera reflexão, ditada com a sobriedade exigida por um escrito que se preze, nasceu dos comentários de um ministro recém-empossado.
Ontem, domingo, ocorreu uma tragédia para as bandas do reino dos Algarves. Algo impensável. Não é altura de traçar comentários sobre os desvarios humanos que brincam com a natureza. Neste caso, a água exige os seus terrenos, os seus caminhos, os seus riachos, o seu leito. Podem passar muitos anos sem haver nada de especial, mas quando surge a necessidade de viajar pelo seu espaço, então faz das suas, arrasta tudo que esteja à sua frente. Sem contemplações. Foi o que se viu em Albufeira e noutras localidades do litoral algarvio.
Nesta tragédia, anunciada, como é fácil de compreender, morreu um senhor. O novo ministro da administração interna fez o que competia. Foi ao local ver o que se passava. Não comentando a problemática da necessidade de ser ou não declarado o “estado de calamidade pública”, parece que é necessário cumprir com certas regras, embora as aparências calamitosas apontem nesse sentido, sobressaiu nas afirmações do novel ministro a seguinte frase:"Fiz questão de começar esta visita pelos cumprimentos de condolências à família enlutada. Era um homem que já tinha vindo do estrangeiro, tinha 80 anos, fica a sua mulher Fátima. Ele, que era um homem de apelido Viana, entregou-se a Deus e Deus com certeza que lhe reserva um lugar adequado"
Ora porra! Desculpem-me esta minha reação, que já parece ser um lugar-comum. Então, o homem entregou-se a Deus? E Deus tem um lugar reservado adequado para ele?
Valha-me Deus!
A água, fonte da vida, matou um homem. A água tem destas coisas.
Às tantas deve estar convencido que "Deus" o irá proteger no futuro!
Começa bem, sem dúvida.
Esta curta e efémera reflexão, ditada com a sobriedade exigida por um escrito que se preze, nasceu dos comentários de um ministro recém-empossado.
Ontem, domingo, ocorreu uma tragédia para as bandas do reino dos Algarves. Algo impensável. Não é altura de traçar comentários sobre os desvarios humanos que brincam com a natureza. Neste caso, a água exige os seus terrenos, os seus caminhos, os seus riachos, o seu leito. Podem passar muitos anos sem haver nada de especial, mas quando surge a necessidade de viajar pelo seu espaço, então faz das suas, arrasta tudo que esteja à sua frente. Sem contemplações. Foi o que se viu em Albufeira e noutras localidades do litoral algarvio.
Nesta tragédia, anunciada, como é fácil de compreender, morreu um senhor. O novo ministro da administração interna fez o que competia. Foi ao local ver o que se passava. Não comentando a problemática da necessidade de ser ou não declarado o “estado de calamidade pública”, parece que é necessário cumprir com certas regras, embora as aparências calamitosas apontem nesse sentido, sobressaiu nas afirmações do novel ministro a seguinte frase:"Fiz questão de começar esta visita pelos cumprimentos de condolências à família enlutada. Era um homem que já tinha vindo do estrangeiro, tinha 80 anos, fica a sua mulher Fátima. Ele, que era um homem de apelido Viana, entregou-se a Deus e Deus com certeza que lhe reserva um lugar adequado"
Ora porra! Desculpem-me esta minha reação, que já parece ser um lugar-comum. Então, o homem entregou-se a Deus? E Deus tem um lugar reservado adequado para ele?
Valha-me Deus!
A água, fonte da vida, matou um homem. A água tem destas coisas.
Às tantas deve estar convencido que "Deus" o irá proteger no futuro!
Começa bem, sem dúvida.
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