Começa a ser muito frequente receber notícias de passamentos. É natural, penso, conheço muitas pessoas e já vivi alguns anos, logo, tenho que os registar, algumas vezes com naturalidade, outras com certo incómodo, por vezes com sentida tristeza e até mesmo com sentimento de perda. Começa a ser frequente receber notícias de passamentos. São tantos que às vezes chego a confundi-los com os meus pensamentos. São tantos que acabo por mergulhar em pensamentos construídos à custa das suas vidas e confissões. Quem diria que muitos dos meus pensamentos são frutos de vivências, do convívio, das confissões e do conhecimento de muitas histórias que a morte apaga num dia qualquer, indiferente a tudo e a todos. Desaparecem uns atrás de outros e eu acabo por ficar com algumas das suas recordações. Recordações que nunca partilharam com mais ninguém. Fui o único espetador de muitas representações singulares, em que a tristeza, a angústia, a amargura, o mistério, a volúpia, o ato reprovável aos olhos ...
"- Olhai para todas vós. Discutis como mulheres livres – sem sequer sonharem que a liberdade está na base das vossas opções. E se fôsseis escravas?"