Avançar para o conteúdo principal

"Nudez"...


A exposição de um corpo desnudado pode provocar diversas opiniões, tudo depende da forma e da mensagem silenciosa que a acompanha. Olhar para um David estimula o centro da beleza e desencadeia reações capazes de produzir prazer, tranquilidade e alegria, o mesmo posso dizer do "Nascimento de Vénus"  de Boticelli, ou de muitas outras obras de arte em que o elogio do corpo humano é feito numa plenitude difícil de igualar. O belo, sempre o belo e até mesmo o não respeito pelas elegantes proporções físicas, resultantes da idade e da deformação, quer a de nascença ou a adquirida, pode provocar sensações difíceis de igualar, que só a nudez pode oferecer.
A nudez quando apresentada sob estas formas contribui para o bem-estar e felicidade dos seres humanos. Não há que ter vergonha, nem deve ser objeto de comportamentos depreciativos. O mesmo não se pode dizer do aproveitamento e exploração do corpo humano para fins menos confessáveis, tais como certas formas de publicidade ou apelos a pseudo erotismo.
Li que a tenista Radwanska foi excluída de movimento católico por posar nua para uma revista. Vi, apenas, a foto da capa, não sei se haverá mais, mas, pelo que me foi dado a ver, não vislumbrei nenhum sinal que pudesse ser considerado como ofensivo da "moral e dos bons costumes". Uma bela jovem. Se fosse esculpida em mármore ou pintada numa tela seria recordada, muito provavelmente, como uma obra de arte.
A beleza física não ofende, pelo contrário, desde que a mensagem silenciosa que lhe é inerente se preste a estimular o nosso sentido estético. O que ofende é o preconceito e a noção de "sujidade" de alguns perante o belo.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Fugir

Tenho que fugir à rotina. A que me persegue corrói-me a alma e destrói a vontade de saborear o sol e de me apaixonar pela noite.  Tenho que fugir à vontade de partilhar o que sinto. Não serve para grande coisa, a não ser para avivar as feridas. Tenho que fugir à vontade de contar o que desejava. Não quero incomodar ninguém. Tenho que fugir de mim próprio. Dói ter que viver com o que escrevo.

Nossa Senhora da Tosse

Acabei de almoçar e pensei dar a tradicional volta. Hoje tem de ser mais pequena para compensar a do dia anterior. Destino? Não tracei. O habitual. O melhor destino é quando se anda à deriva falando ao mesmo tempo. Quanto mais interessante for a conversa menos hipótese se tem de desenhar qualquer mapa. Andei por locais mais do que conhecidos e deixei-me embalar por cortadas inesperadas. Para quê? Para esbarrar em coisas desconhecidas. O que é que eu faço com coisas novas e inesperadas? Embebedo-me. Inspiro o ar, a informação, a descoberta, a emoção, tudo o que conseguir ver, ouvir, sentir e especular. Depois fico com interessantes pontos de partida para pensar, falar e criar. Uma espécie de arqueologia ambulatória em que o destino é senhor de tudo, até do meu pensar. Andámos e falámos. Passámos por locais mais do que conhecidos; velhas casas, cada vez mais decrépitas, rochas adormecidas desde o tempo de Adão e Eva, rios enxutos devido à seca e almas vivas espelhadas nos camp...

"Salvem todos"...

Tenho que confessar, não consigo deixar de pensar nos jovens aprisionados na caverna tailandesa. Estou permanentemente à procura de notícias e evolução dos acontecimentos. Tantas pessoas preocupadas com os jovens. Uma perfeita manifestação de humanidade. O envolvimento e a necessidade de ajudar os nossos semelhantes, independentemente de tudo, constitui a única e gratificante medida da nossa condição humana. Estas atitudes, e exemplos, são uma garantia que me obriga a acreditar na minha espécie. Eu preciso de acreditar. Não invoco Deus por motivos óbvios. Invoco e imploro que os representantes da minha espécie façam o que tenham a fazer para honrar e dignificar a nossa condição. Salvem todos, porque ao salvá-los também ajudam a salvar cada um de nós.