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"Matar"...


Andam a matar. Matar tornou-se uma banalidade. A vida humana nunca teve grande valor, embora seja cantada como a mais bela expressão do universo. Um cantar ilusório que desaparece vezes sem conta às mãos de matadores, eles também humanos. Matar tornou-se uma realidade. Assusta ver, ouvir e saber que se mata de forma gratuita, premeditada e sem sentido. Matar é o sinal de uma humanidade mal gerada, mal parida e mal crescida. Matar é a força que puxa os seres humanos ao mais bárbaro primitivismo ou ao mais eloquente e superior degrau da evolução, viver, sobreviver sempre, matando, porque só se evolui à escala biológica se for capaz de matar. E mata, confundindo-se com a estranha animalidade que vive dentro de si, nas vísceras e no coração. Mentes vazias de almas que sucumbem a estranhos fenómenos. Matam. Matam por raiva, matam com ódio, matam por indiferença e até matam por prazer. Matar é próprio de quem não sabe ou não quer amar.

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Tenho que fugir à rotina. A que me persegue corrói-me a alma e destrói a vontade de saborear o sol e de me apaixonar pela noite.  Tenho que fugir à vontade de partilhar o que sinto. Não serve para grande coisa, a não ser para avivar as feridas. Tenho que fugir à vontade de contar o que desejava. Não quero incomodar ninguém. Tenho que fugir de mim próprio. Dói ter que viver com o que escrevo.

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