Ontem, à noite, vi a entrevista feita por Fátima Campos Ferreira a Sara Norte, a jovem acabada de ser libertada após ter cumprida uma pena de prisão em Espanha por ter sido apanhada a traficar droga.
Fiquei sensibilizado. A jovem contou as suas aventuras e desventuras, a sua ida às profundezas da miséria humana, a perda de dignidade e dos valores, e o ressuscitar para a vida. Ouvi com muita atenção. De facto é de uma beleza sem par saber que é possível vencer e voltar a ser alguém com vontade de viver e de amar, a si próprio e os outros. Um discurso aberto, sincero, enriquecedor, transmitindo esperança, confiança, denotando uma maturidade alcançada através de muita dor, de muitas asneiras e com muito sofrimento, a que não é alheio a morte da mãe, enquanto esteve presa e cujas cinzas irão permanecer no seu espírito para toda a vida.
Afinal, também é preciso elogiar a televisão e os seus profissionais quando fazem o que devem fazer, com qualidade e profundidade como foi este caso. Para mim, esta entrevista deveria ser visionada por muitos e dado o tema talvez possa salvar mais vidas e contribuir para a felicidade e esperança de muitas pessoas do que todos os programas e esforços na luta contra a toxicodependência.
Não escrevi este comentário ontem à noite. Preferi dormir com ele, preferi sonhar com ele, prefiro conviver com ele, prefiro-o mil vezes a muitas conversas que ouço por aí.
Uma entrevista de esperança. Bem precisamos de esperança. Aprendi muito ontem.
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