A nudez da serra, debaixo de um sol febril, consegue despertar sensações de liberdade e de encanto. Serpentear por zonas perdidas, onde de quando em vez se pode ver a dureza da vida espelhada nos sulcos graníticos das faces de mulheres e homens solitários, ajuda a compreender o silêncio da natureza. Sem palavras, apenas um ou outro olhar que se esvazia no eterno andar à descoberta de caminhos. Caminhos vazios e aparentemente sem fim. Acabei por chegar ao destino. Tempo suficiente para uma visita ao velho templo a fim de matar saudades da extraordinária escultura da beata, filha de rei, que, reza a lenda, era de uma beleza digna de uma deusa de Zeus. Uma rainha. Recordei de imediato a outra que tinha visto antes de subir à serrania. O templo setecentista estava aberto desta vez. Não perdi a ocasião e visitei-o. Apreciei belas imagens e o barroco tardio. Uma das imagens, pequena, a enfeitar um dos altares laterais, o da epístola, chamou-me a atenção. Tratava-se de uma versão rainha Sant...
"- Olhai para todas vós. Discutis como mulheres livres – sem sequer sonharem que a liberdade está na base das vossas opções. E se fôsseis escravas?"