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"Juízo de valor"...


Emitir juízos de valor é complexo e, também, uma fonte de injustiças. Na maioria das vezes não causa transtornos, outras até poderá incomodar e algumas vezes chega mesmo a ofender. Empenhar-se em prol dos outros é uma tarefa nobre a qual deve ser respeitada, mas alguns, pessoas de fraca índole, distorcem e repintam quadros onde se reveem nas suas características mais fracas. É difícil de compreender certos comportamentos, sobretudo na espécie humana, em que desejos, vontades e visões do mundo sofrem distorções constantemente. 
Trabalhar a favor dos outros é uma honra que nunca desperdicei, embora tenha sido já prejudicado por esse facto. Não me incomoda o prejuízo profissional ou familiar, o que me perturba é o prejuízo pessoal, quando sou rotulado daquilo que não sou e do que não faço. 
Em termos institucionais sou de um formalismo total, porque só assim entendo o cargo. Não sou dono de nenhuma posição, represento algo ou alguém, e quando me coloco nessas situações sei o que devo fazer e não fazer. 
Ao ter tido conhecimento que a minha prestação enquanto presidente da Assembleia Municipal foi alvo de crítica por parte de um candidato ao lugar que ainda ocupo deixou-me de boca aberta. É verdade, ainda consigo ficar surpreendido com algumas atitudes ou comentários. Não é que corresponda à verdade ou que seja merecedora de tanta atenção, sobretudo pela negativa.  Vale alguma coisa este acontecimento? Para muitos provavelmente não, mas para mim vale, apenas porque tenho o hábito de formular opiniões favoráveis acerca das pessoas, enquanto não me provarem o contrário. O sentido da dignidade e do respeito pelo próximo é uma das maiores capacidades e sinais de fortuna de qualquer um. Saber cultivar estes princípios é um exercício que se pratica diariamente, com esforço e dedicação. Pode-se fazer de várias maneiras, na vida pública, na vida familiar, na vida profissional, na vida pessoal e na intimidade entre o eu e o silêncio da vida. 

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