Descanso um pouco no seio de uma manhã fria. O sol não se mexe, não fala e não aquece. Pinta suavemente as paredes e as tristes plantas, que, na sua eterna mudez, acompanham o desenrolar da manhã sem saber porquê. A vida parece que para. O vento adormeceu. Não há nada. Imagino um estranho silêncio. Não sei o que penso. Queria ir embora, não à procura do sol, nem a toque do vento, nem ao encontro de sons sem sentido, gostava imenso de aproveitar uma fatia do tempo de um dia que para. Onde? Num local em que o tempo dorme e a vida descansa. Saborear o sol que aquece na penumbra de um ser que se esquece.
Tenho que confessar, não consigo deixar de pensar nos jovens aprisionados na caverna tailandesa. Estou permanentemente à procura de notícias e evolução dos acontecimentos. Tantas pessoas preocupadas com os jovens. Uma perfeita manifestação de humanidade. O envolvimento e a necessidade de ajudar os nossos semelhantes, independentemente de tudo, constitui a única e gratificante medida da nossa condição humana. Estas atitudes, e exemplos, são uma garantia que me obriga a acreditar na minha espécie. Eu preciso de acreditar. Não invoco Deus por motivos óbvios. Invoco e imploro que os representantes da minha espécie façam o que tenham a fazer para honrar e dignificar a nossa condição. Salvem todos, porque ao salvá-los também ajudam a salvar cada um de nós.
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