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Perdão papal!


O papa concede o perdão dos pecados num "Jubileu Extraordinário da Misericórdia". O perdão estende-se a todos, desde os que praticaram abortos, mulheres e profissionais de saúde, até quaisquer outros delitos. Para isso é preciso que confessem e peçam com sinceridade. Até os mortos podem ser perdoados pelos pecados que cometeram. Aqui não sei como vão confessar. De qualquer modo, acabo por constatar uma amnistia global. Um novo renascer da espécie humana irá ocorrer durante o "Ano da Misericórdia", melhor que o Dilúvio Universal. Desta forma, o mundo vai ficar puro, tão puro que não precisará de mais papas, bispos, padres, religião ou o que quer que seja. A "arrogância" divina, expressa pelo papa, toma foros difíceis de entender, sobretudo, porque o papa representa uma religião que, ao longo dos séculos, cometeu muitos crimes e muito mais pecados. De tempos a tempos aparece um papa a pedir perdão pelos pecados cometidos pela sua igreja. Agora, o atual vai perdoar em nome de Deus os pecados dos seres humanos, desde que confessem e peçam com sinceridade. Pronto. Aqui está a fórmula mágica para limpar o mundo; o papa, em nome de Deus, concede perdão a qualquer um. E assim, o mundo, como que por um passe de mágica vai ficar limpo, limpinho, até começar a fazer novamente merda, que é a sua imagem de marca, a que não é alheio as diferentes religiões.

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